8 de janeiro de 2015

Elvis não morreu, mas faria 80 anos hoje =P

É difícil conhecer alguém que não goste de nenhuma música do Elvis Presley. Eu, pra variar, gosto de várias. E por isso mesmo foi um prazer colocar os fones de ouvido e escrever este texto ouvindo o melhor do rock dos anos 1950/60.

O original está em Elvis Presley faria 80 anos nesta quinta-feira

Conhecido mundialmente como um dos ícones do século XX e pioneiro do movimento musical e cultural que ficou denominado como rock n' roll, Elvis Aaron Presley faria 80 anos nesta quinta-feira, 08 de janeiro.

Presley nasceu em East Tupelo, no estado do Mississippi, nos Estados Unidos, em 1935. Ainda hoje, o músico chamado de "Rei do Rock" acumula fãs ao redor do mundo e é uma inspiração para vários artistas, com uma legião de pessoas que fazem covers em sua homenagem, devido à forma característica que o músico costumava se vestir e se apresentar. Do corte de cabelo com costeletas às botas, calças com boca de sino e jaquetas de couro com camisas de gola saltada, tudo em Elvis Presley foi considerado inovador quando o artista surgiu para o mundo, na década de 1950.

Além da imagem que se tornaria ícone, a qualidade musical de Presley chamava a atenção. Seu timbre de voz e técnica alcançavam notas não-comuns, à época, para cantores populares, e sua extensão vocal se aperfeiçoou com o tempo. Na música, ele também foi um dos primeiros a experimentar o rockabilly, fusão do rock n' roll com a música country.

Elvis Presley em imagens de divulgação do filme "Jailhouse rock", em 1957

Sua consagração como ídolo da música se deu em 1956, quando ele chegou a fazer um show na cidade de Dallas para 27 mil pessoas; número incomum para a época. Também participou de filmes como "Love me Tender" e "Jailhouse Rock", nomes também de músicas de sua autoria, que foram sucesso de bilheteria. Na década de 1960, películas como "Flaming Star" e "Wild In The Country" também movimentaram Hollywood.

O fim

A morte do cantor é um mistério que gerou a famosa frase "Elvis não morreu", ressaltando as dúvidas e controvérsias que fãs e biógrafos carregam sobre o dia em que o fim de Presley foi anunciado. A imprensa da época demorou a transmitir a notícia, porque boatos anteriores deram a falsa informação de que Elvis teria morrido, em acidentes de carro ou até mesmo assassinato. No entanto, em 16 de agosto de 1977, o corpo dele foi encontrado no banheiro de sua mansão na cidade de Memphis, no estado norte-americano do Tennessee. A causa informada pelo médico, após tentativas de reanimação, foi ataque fulminante provocado por uma arritmia cardíaca.

Elvis Presley é, ainda hoje, um dos recordistas de venda de discos em todo o mundo; mesmo tendo vivido apenas 42 anos. Ao lado do grupo de rock britânico The Beatles, ele sustenta o título de artista com mais de 500 milhões de álbuns vendidos. Seu repertório tem músicas animadas, como "Jailhouse rock", "Blue Suede Shoes" e "A little less conversation", e baladas românticas como "Love me tender", "Always on my mind" e "Suspicious minds".

30 de novembro de 2014

¡Gracias, Chespirito!


Na semana passada eu estava em Medellín, Colômbia, com mais três amigos. Visitávamos o Parque Explora, que tem diversas experiências físicas, entre elas algumas de eletrostática que nos permitiam "passar" corrente elétrica de um para o outro. Vendo o efeito da peça no museu, logo falei "não vou ficar perto de vocês senão vamos ficar igual ao episódio do Chaves em que eles tentam ouvir o jogo de futebol na TV quebrada".

Uns dois dias depois, postei no Instagram a foto de uma limonada de coco - bebida típica da Colômbia -, e uma amiga comentou "hein? Limonada do Chaves? Tem cheiro de limão, cor de leite e sabor de coco...?". No último dia de viagem, meu amigo falou que "O Juan Valdez é o café do Seu Madruga" por causa da semelhança entre a logo do café e o personagem.

Chaves e Chapolin são assim: uma simplicidade tão grande que se incorpora ao cotidiano, se transforma em expressão comum no dia a dia e se faz presente mesmo que fiquemos muito tempo sem assistir. Eu costumo dizer que o Chaves tem sobre mim o efeito "Polishop": se eu zapear os canais da televisão e estiver passando Chaves, eu vou parar para assistir. E mesmo sabendo o desfecho de todas as cenas, vou rir de cada uma delas.
Comentei sobre o Hector Bonilla no trabalho e, no domingo seguinte, o SBT transmitiu o episódio, rs

Só entendi a importância cultural do Chespirito depois que cresci. Já tinha todos os episódios decorados quando comecei a estudar comunicação, e parei para perceber e tentar entender porque o Chaves se tornou um coringa da emissora de Silvio Santos, sendo líder de audiência em qualquer horário que fosse reprisado. No Brasil, são 30 anos com um programa que é insistentemente transmitido, com as mesmas piadas, simples e até bobas, e que oferecem um humor singelo e sem esforço, para quem estiver disposto a rir com um texto que não prima por ser genial - e acaba sendo exatamente por isso. Crianças, adolescentes e adultos dividem a admiração por essas piadas despretensiosas.

Roberto Gómez Bolaños conseguiu três grandes proezas, na minha opinião:
1) Fez humor com a história de uma criança órfã, moradora de rua, que vivia com fome. Estava longe de todos os protagonistas "possíveis", e com ele deu lições de solidariedade, amizade, otimismo.


Seu Madruga: "você não deveria ter vergonha de ser pobre, Chaves"
Chaves: "Isso não me dá vergonha"
Seu Madruga: "Te dá o que, então?"
Chaves: "Me dá coragem!"

2) Criou um super herói que, na contramão de todos os outros, tem medo como nós, é atrapalhado como nós (ou ao menos como eu, rs), e ainda assim era considerado "herói".

3) Escreveu episódios - tanto em Chaves quanto em Chapolin - que de tão simples se tornam parte da nossa vida. Os atores do seriado, convenhamos, não eram os melhores e muitas vezes beiravam o tosco, o pastelão. Mas o texto segue uma sequência tão boa que nos faz sempre querer ver a próxima cena.


Conversa de agosto de 2013 que resgatei no meu whatsapp
Chaves, Chiquinha, Quico, Seu Madruga, Dona Florinda, Dona Clotilde, Seu Barriga, Nhonho, Godines, Professor Girafales, Jaiminho, Paty, Popis, Dona Neves... Chapolin, Dr Chapatin, Super Sam, Seu Mundinho, Tripa Seca, Quase Nada... quantas vezes foram meus companheiros de almoço, logo depois da escola. Bolaños escreveu cada um desses personagens, pensando em detalhes desde o chapéu do Seu Madruga, que seria jogado no chão a cada tapa de Dona Florinda, até o casaco enrolado da Chiquinha ou a eterna busca do Quico pela sua bola quadrada.

Companhia na minha estante :)

Chespirito também compôs todas as músicas do seriado, incluindo a inspiração em "Good Night", dos Beatles, na "Boa noite vizinhança", do episódio Chaves em Acapulco. Nos presenteou ainda com Napoleão, Cleópatra, Branca de Neve e seus sete anões (tchuin tchuin tchunclain), a Simples Camponesa de Nobre Coração que vai todos os dias ao bosque recolher lenha, o tal Xirrim Xirriom do Diabo (morria de medo), entre tantos outros.

Por tudo isso, arrisco dizer que ele conseguiu o que seu personagem, Chaves, diz ao brincar com o Quico: "Eu prefiro morrer do que perder a vida". Foi-se Bolaños, o mestre, que se manteve humilde e se considerando "não-merecedor" de tanto sucesso e carinho até os últimos momentos. Ficam todas as suas criações, que são nossos amigos de infância, companheiros de manhãs, tardes, noites. E se tornaram como que parte da família, sem que nós ao menos pudéssemos perceber. Deve ser por isso que a notícia da última sexta-feira tenha me abalado mais do que um dia imaginei que abalaria.


Quem conversa frequentemente comigo, certamente já me viu fazer alguma referência ao texto do Chaves ou Chapolin. Faço sem ao menos me dar conta... Meio que sem perceber, Bolaños sempre se manteve na minha vida. Na camiseta com a estampa dele imitando aquela clássica de Che Guevara (dizendo "Hasta la vitoria, sin querer queriendo"), nos bonequinhos do McDonalds que juntei já adulta, nas aulas de espanhol em que eu sofria pra entender os diálogos rápidos, no bonequinho de artesanato que meu irmão me deu uns três meses atrás. E assim continuará sendo. :)





"Prometemos desperdirmos sem dizer adeus jamais"


Obrigada, Bolaños.
❤️




12 de novembro de 2014

Sobre ser



Faz uns dois meses: mudei totalmente minha forma de ver a vida. E de agir diante dela.

Temos o hábito de achar que a forma que nós agimos é a melhor possível, ou que tratar os outros da forma que gostaríamos de ser tratados é uma fórmula que nunca falha. Bem, falha sim.
Descobri isso da pior forma. Sempre fui super atenciosa com quem eu gosto, chegando a ser super protetora; talvez como uma simples forma de proteção a mim mesma, ou para disfarçar carência, vai saber. E de um tempo pra cá percebi que isso pode exercer o efeito contrário; e me deixar mais sozinha do que eu temia ser. A notícia ruim é que isso demorou muito pra entrar na minha cabeça: teve anos enganando a mim mesma, decisões com cabeça quente, psicóloga que me abandonou, crises, fuga pra outro país (ok, por 5 dias), "férias" de redes sociais, sessões e mais sessões de terapia no caminho. Cheguei ao fundo do poço e vi que o fundo ainda tinha um fundo falso. Mas a boa notícia é que eu (acho que) finalmente consegui sair de tudo isso. Consegui entender. Consegui me entender.
Me distanciei de tudo e todos, e aprendi a me aproximar na proporção que cada um permite. Ou precisa. Ou pede. E que vai ter momentos em que eu vou estar sozinha por falta de opção. E que eu posso ter momentos só comigo sem peso na consciência de saber que tem um grupo de pessoas queridas reunidas do outro lado da cidade. Não preciso mais vencer minha preguiça pra ir até eles. Sei que eles estão comigo mesmo assim.
Continuo gostando de ver, abraçar, passar tempo junto. Mas gosto também de ficar na minha. E chegar a esse equilíbrio não foi fácil. Não tem sido fácil. Mas percebo que é o melhor.
Sobre o que passou... ficam as cicatrizes, claro. Em mim e nos outros. Uma pena não poder voltar atrás. Mas é bom colecionar lembranças. E ter do que se arrepender nos faz perceber que ainda há muita viva a ser vivida.

*Entre as mudanças dos últimos meses, veio essa: voltei a escrever. Quem sabe um dia eu tome coragem de publicar tudo aqui.

20 de outubro de 2014

insight das eleições


Quando digo que vou votar na 
#Dilma13, volta e meia percebo estranhamento, como se eu fosse conivente com a corrupção do PT, como se eu achasse que tudo no país está lindo e maravilhoso, como se eu visse na candidata uma salvadora da pátria.
Não acho que tudo está perfeito. Tampouco acredito que a candidata em questão seja a melhor política que já se aventurou por Brasília. O meu voto não é apaixonado, não é cego, não é ignorante. Pelo contrário: é extremamente crítico. Mas é convicto de que apertar o 13 é a melhor opção para o próximo domingo.
Voto Dilma porque tenho visto a Educação se transformar, porque vejo salas de aula das universidades mais heterogêneas tanto em cor quanto em renda, porque vejo a desigualdade do país diminuir, porque não vejo filas para emprego nas ruas, porque vejo pessoas que (naquelas filas de emprego) lutaram a vida inteira e agora conseguem comprar sua casa própria, porque vejo que pessoas do interior que nunca tiveram um médico podem agora se consultar, porque vejo transgêneros poderem usar seus nomes sociais no crachá do trabalho ou ao fazerem o Enem, porque vejo o país ser respeitado internacionalmente, porque acredito que é possível continuar melhorando.
Teria motivo para não votar na Dilma? Sim, vários. Tanto que não foi para ela o meu voto no primeiro turno. Mas diante da "alternativa" para este 26 de outubro, percebo que na realidade eu não tenho alternativa. Não posso votar em um candidato que, diante do país, trata a mulher com desprezo, desrespeito, machismo. Não posso votar no candidato que fala que as mulheres devem ter salário "próximo" (e não igual) ao dos homens. Não posso votar no candidato que é apoiado por malafaias, bolsonaros e incitadores de ódio ao diverso. Não posso votar no candidato que tem nas costas acusações como aeroportos irregulares construídos com dinheiro público e desvios de setores básicos como a saúde. Não posso votar no candidato que chama a ditadura militar de "revolução". Não posso votar no candidato que calou a imprensa do estado que governou, que tentou censurar até o Google. Não posso votar no candidato cujo partido empurra para debaixo do tapete suas acusações de corrupção.
Não sou petista, não sou petralha, não sou dilmista. Não rotulo ninguém como aecista, como psdbista ou como tucano apenas com base em um voto. Sou brasileira e voto por mim, sim, mas não só por mim. É por quem já passou, por quem ainda vem, por quem precisa mais do que eu.
#MeuVotoÉParaTodos.
E gostaria de convidar todos a ter essa reflexão durante esta semana para definir seu voto, independente do candidato escolhido.

Bom dia.

21 de junho de 2013

Acabou aqui?

Retomando meu blog, depois de três anos, para um desabafo:
O Congresso em paz, antes das bombas

Ontem eu vi pessoas confusas. Vi gente que não sabia muito bem porque estava na rua. Vi alguns que achavam que tudo aquilo era mais uma balada do que qualquer outra coisa. Mas vi esperança em muitos olhos de jovens, de crianças, de idosos, de famílias, de grupos de oração, de gente que acha que pode fazer algo para melhorar.

Vi bombas lançadas pro alto. Senti o gosto do gás, e a pimenta ardeu por bastante tempo.

Vi uma multidão que, dispersada pela grande quantidade de bombas lançadas num certo momento, se dirigiu ao Eixão. E cantou o Hino Nacional. E disse que é brasileiro, com muito orgulho e com muito amor.

Cheguei em casa e vi que ali no Itamaraty, tão perto e tão longe de mim, havia uma verdadeira guerra. E essa infelizmente é a imagem que fica. Não culpo a imprensa por isso. As imagens são fortes mesmo, é o que mais assusta.

Agora, eu me pergunto: Acabou aqui? É a hora de desistir?

De jeito nenhum.

Você já viu um jogo de futebol acabar com pancadaria e confusão? Já viu um acidente ou algum acontecimento em que as pessoas aproveitam para saquear uma loja, um caminhão? Provavelmente sim. Isso acontece em qualquer lugar. Não cabe fugir de um movimento, deixar de lutar por algo que você acredita, fingir que não foi com você, porque "a coisa ficou feia".

A imagem ficou manchada? Sim. Não há dúvidas. Mas eu gostaria de, aqui, voltar a enfatizar que a maioria das pessoas ali estava em paz. E uma multidão de 35 mil pessoas em Brasília, milhões em todo o Brasil, queria falar "olha, eu não aguento mais. O que vocês estão fazendo não é certo". Caso todo mundo ali quisesse violência, meus amigos, eu não estaria aqui falando com vocês. E todas essas manifestações teriam muito mais do que uma morte. Morte que, vale falar: foi registrada em Ribeirão Preto, de um atropelamento provocado por um motorista que não estava no protesto e preferiu não respeitar as pessoas que fechavam aquela rua para protestar por direitos que também são dele.

Reitero, aqui: o #VemPraRua não é sobre violência. É sobre cidadania. Há muitos problemas no movimento em si, é verdade. E há muitas desconfianças em torno do real significado de tudo isso. Mas eu não vou abrir mão do que eu acredito por causa dos problemas no caminho. E recomendo que vocês façam o mesmo - independente se a opinião de vocês é a mesma que a minha ou não.

7 de julho de 2011

tudo bem

Tinha tantas dores pelo corpo que se sentia confusa: não queria sequer pensar em nada, mas a cabeça estava a mil com a decisão que tomara naquele dia. Sentiu uma angústia por não ter conseguido, naquele dia mesmo, resolver tudo e colocar um ponto final naquela novela que parecia não ter fim. Depois de muitas horas de trabalho, antagonicamente, ainda tinha vontade de escrever. Mas não conseguiu. Prometeu a si mesma que o faria no dia seguinte.

Deitou na cama e sentiu um aperto no peito. Ao mesmo tempo, uma suave voz soprou em teu ouvido. "Vai ficar tudo bem", ela ouviu. Tinha vontade de chorar, mas agora os sentimentos se misturavam. A alegria começava a tomar conta daquele peito que tanto havia se angustiado nos últimos meses.

Uma lágrima escorreu de seus olhos e ela adormeceu com a certeza de que tudo ficaria bem. E ficou mesmo.

24 de junho de 2011

scream poetry

Joguinho bom para uma tarde preguiçosa... e que diz muito sobe mim.

Usando nomes de músicas apenas de um artista ou grupo, tente habilmente responder a essas perguntas. Você não pode usar a banda que eu usei. Tente não repetir um título da canção.


Minha vida de acordo com Os Paralamas do Sucesso

Você é um homem ou mulher: Uma brasileira
Descreva-se: Scream poetry
Como você se sente: Fora de lugar
Descreva o local onde você vive atualmente: Brasília 5:31
Se você pudesse ir a qualquer lugar, onde você iria? Brasil afora
Sua forma de transporte preferido? Por sempre andar
Seu melhor amigo: O palhaço
Você e seu melhor amigo são: Flores e espinhos
Qual é o clima: Mormaço
Hora do dia favorita: Esta tarde
Se sua vida fosse um programa de TV, seria chamado: Meu sonho
O que é vida para você: Hoje
Seu relacionamento: Amor em vão
Seu medo: Depois da queda o coice
Qual é o melhor conselho que você tem a dar: Esqueça o que te disseram sobre o amor
Pensamento do Dia: Seguindo estrelas
Meu lema: Vai valer

E pra fechar, o clipe deles que eu mais gosto:


21 de junho de 2011

então é isso.

Então é isso? Alguns dias, semanas, quase um mês depois. A tristeza virou raiva, que se transformou em decepção, com mais um pouco passou a ser indeferença e de repente se tornou... nada.

Porque tem horas que o coração cansa. Cansa de apanhar, cansa de tudo dar errado, cansa da própria dona. Cansa e diz "chega!". Chega de ser ignorado, chega de se enganar, de ser enganado, de se despedaçar. Aí a razão, em meio à reviravolta que incrivelmente acontece dentro do mesmo ser, se vê perdida e pergunta "como assim?".

Como assim o quê, cara pálida? É isso. Não tem o que entender. Se não era para acontecer, se não era para dar certo, pronto. Está resolvido. Não há motivo para ficar se lamentando. Esperar é a melhor saída. Esperar, esperar, esperar. Não aguento mais esperar! Até nos ônibus que demoravam passar eu dei um jeito - comprei um carro. Porque esperar? Não! Expectativas? Não! Servem apenas para idealizar projetos, coisas, pessoas. Principalmente pessoas. As mais perfeitas se mostram as que mais erram. As que parecem mais incríveis são as que mais machucam.

Cansei. Chega! Esperar. Não! Quero as coisas pra ontem. Quero tudo do meu jeito. O coração tá cansado, mas ainda assim fala mais alto. A razão está calejada, mas aos poucos entende que não dá pra ser do jeito que está. Pra onde correr? Como fugir? Sentimentos e pensamentos se misturam e dão tontura. Porque essa leveza, essa alegria? O peito respira aliviado enquanto a cabeça está a mil. Chega! Chega de pensar demais, esperar demais, tudo demais. The dog days are over.

Agora será assim. Assim como? Não sei. Mas será. E então... é isso? Então é isso.

12 de junho de 2011

e se?

E se eu quiser sair correndo, você vem comigo?
E se eu jogar tudo pro alto, você ajuda a não cair de volta sobre mim?
E se eu tropeçar, você me segura pela mão?
E se eu não quiser pensar em mais nada, você aceita ser meu único delírio?
E se nada disso valer a pena, você topa recomeçar?
E se... e se eu pensar que foi tudo uma mentira?

Você se arrisca a me provar o contrário?

23 de maio de 2011

Ama, espera e confia*

O amor tem me revelado muito de si mesmo em Bethânia. Das muitas facetas que dele aprendo a que tem mais me ensinado é a do amor feito espera. Aquele jeito de amar onde o amante é impotente diante das escolhas e decisões do amado. Sim! O verdadeiro amor é feito de espera silenciosa macerada na dor de quem é chamado a respeitar a liberdade do amado.

Explico-me. Quantas são as situações onde você, por mais que veja adiante, nada pode fazer? Quantas são as situações onde, se dependesse de você, tudo seria feito para evitar que o amado se machucasse ou se perdesse no caminho? Mas, eu e você sabemos por força do próprio amor, que situações existem em que você nada pode fazer. Resta-nos esperar. Espera silenciosa, dura, difícil como a do pai misericordioso que diante da decisão do filho que vai, se contenta em esperar na janela a hora do retorno. E o mais aterrador: Deus nos ama assim, pois sabe das tantas vezes em que contra sua vontade lhe dizemos não. Não há escapatória, compreender o amor feito espera é sinal de maturidade de quem ama.

[...]

O amor que amadurece está em aceitar a impotência de quem ama diante do amado que escolhe. O amor que cresce e floresce está em aceitar nossa suposta fraqueza. Sim! Pois é como nos sentimos: fracos. É como fracos, que ao amar visando o bem do amado, nos curvamos diante da liberdade de quem fez suas escolhas boas ou ruins. Fracos? Não! Fortes! Fortes porque nos tornamos capazes de esperar na janela da fé e da confiança. Isso também é escolha. Somos nossas escolhas e o resultado será de acordo com o que fizermos com as escolhas feitas.

Desejo a você um amor feito de escolhas. Desejo a você um amor feito de espera. Ame. Espere. Confie.


Texto escrito por Pe. Vicente, da comunidade Canção Nova, que tomei a liberdade de editar para não ficar muito extenso aqui no blog. Em uma semana de decisão e, consequentemente, muita ansiedade para mim, senti as palavras "espera e confia" logo depois do almoço e, procurando no google, me deparei com essa reflexão. E não é que ela me disse tudo o que eu precisava "ouvir" nesse comecinho de tarde de segunda-feira? Encaixou-se perfeitamente em várias coisas pelas quais estou passando. Para ler o original, clique aqui.